novembro 11, 2019

Brasil firma nesta semana acordo que abrirá mercado do melão para a China

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Presidente da Abrafrutas e diretor da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos

Ficou para esta quarta-feira, 13, a celebração do acordo que abrirá o mercado da China para o melão brasileiro. Será o fim de quase oito anos de negociação, marcada por uma série de exigências fitossanitárias dos chineses.

Nesse dia, para debater temas políticos e econômicos, o presidente Jair Bolsonaro receberá o presidente da China, Xi Jinping; da Rússia, Vladimir Putin; e da África do Sul, Cyril Ramaphosa, além do 1º ministro da Índia, Narendra Modi.

Os quatro líderes políticos chegarão ao Brasil no dia 12 para participar da 11ª Cúpula do Brics, grupo de países integrado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No dia 13, os líderes visitantes participarão do encerramento do Fórum Empresarial do Brics, que reunirá 500 empresários, e à noite serão homenageados com jantar no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Frutas (Abrafrutas) e diretor da Agrícola Famosa, Luiz Roberto Barcelos, com o fechamento do acordo, os produtores brasileiros poderão aproveitar a janela de inverno chinês para colocar a fruta naquele mercado.

“Hoje, plantamos 20 mil hectares de diferentes tipos de melão, enquanto a área plantada chinesa é de 430 mil hectares, 20 vezes mais do que a nossa. Apesar disso, achamos que é possível conquistar 10% desse mercado, o que equivaleria triplicar nossa produção”, acredita Barcelos.

Sobre a questão logística do porto de Natal, que divide com o Ceará a exportação do melão potiguar produzido na região de Mossoró, cuja localização é equidistante do estado vizinho, Barcelos admitiu que se trata de um gargalo.

“Temos problemas no nosso porto como a falta de um scanner para fiscalizar os contêineres refrigerados, limitação para partidas noturnas pela falta de defensas na ponte Newton Navarro, falta de tomadas para atender os containeres, de sorte que tudo isso precisa ser resolvido”, admitiu.

Com 1,4 bilhão de consumidores, segundo Barcelos, só a presença do melão em 10% desse mercado representará um aumento considerável de área plantada. “Enfrentaremos alguns problemas de energia, trata-se de uma viagem longa de 30 dias até lá, mas com um mercado certo e melhora na logística podemos superar esses problemas”, acrescentou.

Segundo ele, durante os quase oito anos de negociação com a China, o maior problema foi superar as exigências sanitárias. “Tivermos que lançar mão de pesquisas norte-americanas e chilenas, mais exigentes do que eles nessa matéria de risco, para provar que nosso melão não corria qualquer risco de hospedar a mosca do Mediterrâneo”, lembrou.

Até então, as autoridades chinesas estavam exigindo que todo o melão brasileiro que fosse para lá passasse por 20 dias de congelamento antes de ser enviado, o que mataria a fruta também. “Demorou, mas conseguimos”, garantiu.

Fonte: Agora RN