março 04, 2021

Haddad diz que Fátima pode ser escolha do PT para disputar eleições presidenciais de 2022

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O ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, disse em entrevista à rádio Jovem Pan Natal que a governadora do Rio Grande Grande do Norte, Fátima Bezerra, é capaz de representar o Partido dos Trabalhadores (PT) – que ambos integram – na chapa presidencial de 2022. A declaração foi dada nesta quarta-feira 3.

Durante a entrevista, o filiado do PT, que disputou o comando do Palácio do Planalto em 2018, revelou que a gestora do Estado potiguar está entre os nomes nacionais com projeção política, e, por isso, pode compor a candidatura do partido no próximo pleito geral.

“Não trabalhamos com (plano B). Nós temos quatro governadores, vários nomes no PT, inclusive a única mulher governadora do país, que é do PT. Eu e Fátima trabalhamos muito no Rio Grande do Norte pela educação, toda expansão das universidades, criação em Mossoró, IFRN que espalhamos em todo o Estado, ela é uma pessoa também de projeção nacional”, disse.

Haddad afirmou que o ex-presidente Lula pode ser o nome do partido na corrida eleitoral, caso ele tenha condições legais para concorrer ao posto de presidente do Brasil. Lula está inelegível porque foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro em dois processos: o do apartamento triplex do Guarujá (SP) e o do sítio de Atibaia (SP).

A fala foi dada após Lula ter convidado o ex-prefeito de São Paulo, Haddad, para concorrer novamente à Presidência da República pelo partido em 2022. 

“O Lula me pediu para que eu não adiasse mais as minhas andanças pelo país defendendo o nosso legado e as nossas ideias para 2022. Ele disse que não existe mais tempo e que nós temos que botar o bloco na rua. E ele me pediu que reorganizasse minha vida privada com essa finalidade. E eu falei que ele poderia contar comigo”, relembrou.

Haddad só vai oficializar a candidatura caso Lula seja mantido inelegível. A expectativa pela mudança de condição se deve ao fato do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar o habeas corpus do ex-presidente nos próximos meses, já que está em análise a atuação do ex-juiz Sérgio Moro no comando da Operação Lava Jato.

O TCU (Tribunal de Contas da União) apresentou nesta terça-feira 2 ao STF um pedido para ter acesso a mensagens vazadas de procuradores da Operação Lava Jato e do ex-juiz federal Sergio Moro. O Tribunal analisa suspeita de conflito de interesse por parte de Moro.

O pedido foi feito na reclamação de Lula em que o político teve acesso a mensagens obtidas por ataque hacker e alvo da Operação Spoofing.

Em documento endereçado ao ministro Ricardo Lewandowski, a presidente do TCU, Ana Arraes, encaminhou a solicitação “em regime de cooperação, o compartilhamento das mensagens trocadas entre os procuradores do Ministério Público e o ex-juiz Sr. Sergio Moro”. Não há prazo para que Lewandowski responda.

Arraes enviou ao Supremo um despacho do ministro Bruno Dantas, do TCU, que faz menção à referência do MPTCU (Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União) sobre a atual ocupação de Moro, como sócio da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, administradora judicial das empresas do grupo Odebrecht. Dantas é relator de ação no Tribunal que avalia a relação entre as três partes.

O MPTCU pontua, com base em mensagens da Spoofing, que “o ex-juiz teria orientado procuradores do Ministério Público Federal em questões relativas a informações constantes nos sistemas” da Odebrecht, alvo da Lava Jato.

“Suposto conflito de interesse”
Para o Ministério Público no TCU, poderia haver um “suposto conflito de interesse do agente que, em um primeiro momento, atuou em processo judicial com repercussões na esfera econômica e financeira da empresa e que, posteriormente, aufere renda, ainda que indiretamente, no processo de recuperação judicial para o qual seus atos podem ter contribuído”.

Em seu relatório, Dantas, que concorda com as dúvidas do MPTCU, diz que “o teor dessas mensagens pode trazer valiosas informações para as apurações dos indícios de irregularidades”. Para o ministro do TCU, “soa deveras conflitante que, após ser investida na condição de administradora judicial das empresas do grupo Odebrecht, em 17/6/2019, a Alvarez & Marsal tenha incorporado ao seu quadro societário, em 30/11/2020, o ex-juiz Sergio Moro”.

Para o ministro do TCU, “é elevadíssimo o risco de conflito de interesse na atuação desse profissional”. “Como se diz popularmente, o mesmo agente [Moro] teria atuado nos ‘dois lados do balcão’.”

*Com informações do R7 e do Uol

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